“Every man is an artist” – Joseph Beuys
O performer usa o seu próprio corpo como meio para materializar a obra de arte. Mas esta manifestação artística só obtém significado quando em relação com o público. Caminhar, comer, dormir, falar são performances quotidianas e rotineiras. Quando a vida é performance, a casa transforma-se num palco.
A casa está elevada do chão criando um espaço vazio por baixo: um vazio que antecipa novas narrativas.
Um rectângulo de 9mx17m é dividido em 5 plataformas iguais. Cada plataforma corresponde a uma actividade doméstica: tomar banho, dormir, comer, cozinhar. As plataformas são operáveis: movem-se para cima e para baixo através de uma sistema eléctrico de alavancas controlado pelo habitante.
O habitante pode escolher desempenhar a sua própria existência em frente duma audiência ou recatar-se na privacidade do nível superior.
A casa é ao mesmo tempo palco e “backstage”, preparação e performance. Quando todas as plataformas estão em cima, o espaço por baixo da casa é público e permeável. Quando alguma ou todas as plataformas estão em baixo, o espaço doméstico invade a esfera pública – o habitante torna-se performer e as pessoas em seu redor, inevitavelmente, assumem o papel de espectadores.
Casa para um Performer ambiciona questionar as fronteiras entre privado e público, interior e exterior, quotidiano e arte, e, em último caso, entre sujeito e objecto.
programa: habitação unifamiliar/instalação arquitectura: João Fagulha, Raquel Oliveira área: 153 m2 ano: 2016 status: concurso